Dezesseis anos, dezesseis noites mágicas de Natal. É claro que não me lembro de algumas e, de outras, faltam detalhes na minha memória. Mas, de uma coisa eu me lembro: Papai Noel visitou minha casa em cada um destes natais.
Natal é tempo de união, de gratidão, de alegria. Mas é claro que eu estaria mentindo se não incluísse comida e presentes na descrição de Natal. Quem é que não ama panetone, rabanada e essas comidas que a gente só come no Natal? É claro que faz parte. Não da simbologia, mas da representação. E presentes, também. Não pelo fato do dinheiro, mas pela alegria de deixar as pessoas que você ama felizes. Dar um abraço, dar um presente, dar um sorriso. É isso que o Natal é pra mim: a alegria de ver quem eu amo feliz.
E meu pai sempre soube como fazer isso.
Toda noite de Natal, pouco antes da meia-noite, ele me fazia sair para procurar Papai Noel nos céus. Eu e meu irmão sabíamos que o bom velhinho estava vindo, com os presentes que pedimos nas cartinhas que ele levou. E eu procurava, ansiosa, por ele nos céus. Já era tarde, eu sentia sono e estava cheia por causa da ceia, mas não me importava. Eu nunca dormi antes da meia noite numa noite de Natal.
Uma coisa triste é que nunca encontrei Papai Noel. Não como eu esperava, voando com suas renas pelo céu. Mas todas as vezes que eu não o encontrava e voltava cabisbaixa pra casa, lá estavam eles, debaixo da árvore. E eu sorria de novo, e corria pra abrir os presentes, junto da minha família. E esses foram alguns dos melhores momentos da minha vida. Não só porque eu estava feliz, mas porque eu sempre via sorrisos nos rostos de meus pais e do meu irmão.
Algumas vezes não passávamos o Natal em casa, e eu me perguntava se Papai Noel estaria deixando presentes para mim. E sempre que eu entrava em casa, ele tinha passado por lá.
Um dia, quando já tinha uns 10 anos, pedi um livro. E hoje entendo o quanto meu pai se orgulhou quando eu troquei as bonecas pelos livros naquela cartinha.
Eu ganhei o livro que eu pedi. E no Natal seguinte, ganhei mais do que eu tinha pedido. E no outro, também.
E eu cresci, mas nunca deixei de acreditar que Papai Noel existe. Porque ele nunca deixou de existir pra mim. Porque ele sempre me trouxe natais maravilhosos como presente.
E, até hoje, montar a árvore de Natal é um dos meus momentos preferidos do ano. Eu ainda escrevo cartinhas e elas somem magicamente da árvore durante a noite. E eu sempre vou procurar por Papai Noel nos céus antes da meia-noite. Eu não encontro ele lá. Mas eu encontro ele, ao meu lado, sorrindo, dizendo "filha, eu acho que vi ele ali".
Escrito por Fernanda Miranda
O Blog Gotas de Fogo deseja a todos um Feliz Natal.